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Um Jardim para os nossos Sentidos

  • viagemdesaborescon
  • 9 de nov. de 2014
  • 4 min de leitura

No meu segundo dia em Lisboa perdi uma boa meia hora a comparar restaurantes vegetarianos em sites da especialidade, por uma questão de conforto optamos por um perto do Príncipe Real. Foi um pouco difícil de encontrar (especialmente para quem não sabe dar um passo na capital, mas para isso é que servem os amigos não é? Para nos guiarem em terras desconhecidas!), mas lá demos com a Rua Mãe d'Água, agora só faltava encontrar o restaurante... descemos uma escadaria lindíssima com vista privilegiada para um gato amarelo com um sorriso enorme graffitado numa casa velha de janelas partidas, ou seja, até agora a viagem não teria sido totalmente em vão.

Continuamos rua abaixo a achar que nunca encontrariamos o restaurante, mas lá apareceu o nº3 com uma entrada bem modesta mas que nos abriu as portas para um outro mundo.

Fui recebida com um sorriso rasgado dos funcionários o que bastou para me convencer a ficar. Atravessamos a sala e fomos dar a um Jardim interior, as cadeiras com uma mantinha pendurada (para usarmos caso estivesse frio) davam-lhe um toque cozy que cada vez me convencia mais que fui parar ao sitío certo.

Deixamos na cadeira os livros que tinhamos comprado na Biblioteca Nacional e partimos rumo à descoberto dos pratos que já nos tinham "piscado o olho" no buffet da entrada. Tudo tão apetitoso que me deixou com certas dúvidas quanto à ausência de derivados de leite ou ovos na sua preparação, e por isso requisitei um funcionário só para mim... Perguntei prato por prato, molho por molho, até a sopa e tudo me foi explicado pormenorizadamente sempre com boa vontade e um sorriso!

Enchi uma tigela com sopa de nabo e aipo e só me apetecia repetir (o que não é assim tão normal em mim) mas tive de resistir pois queria provar tudo que me fosse possível!

Chegado o momento das entradas senti-me reduzida a saladas, isto teria corrido mesmo mal se os molhos não fossem tão explosivos para os meus sentidos gustativos (e toda a gente sabe como eu não sou fã de saladas), decidi temperar a salada de tomate, cebola e pimento com molho de ervas e cebola,mostrou-se bem agradável mas o meu eleito estaria na salada de alface e cenoura, preparem-se, com molho de gengibre e sálvia. Uau! Prometi a mim mesma naquele momento que este molho estaria na minha lista de coisas a experimentar na cozinha.... A sálvia fez toda a diferença e de forma tão súbtil fez-me elege-lo como um dos pontos altos da minha refeição. Digno de nota mostrou-se também o sumo de laranja e abacaxi (incluído no valor do buffet), não muito ácido e, arrisco a escrever, que não foi necessário acrescentar açucares, estava perfeito.

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Já para o prato principal fiz uma viagem ao Brasil e a Itália...

O strogonoff de seitan com courgete e cogumelos não levava as tradicionais natas mas leite de côco, o sabor era, digamos, diferente... O meu paladar estranhou no início mas deixou-se vencer pela agradável experiência, parece que este prato italiano convidou os sabores da Bahia para uma festa gustativa e foi aposta certa!

De seguida veio a feijoada de tofu com farofa, só tenho isto a dizer: "Finalmente!", já lá vão mais de 10 anos sem comer farofa, as festas de amigos traziam sempre farofa mas com bacon (afinal bacon não é carne para a maioria das pessoas eheheh). Uma verdadeira feijoada com tofu, chouriço vegetal e soja acompanhado com tortas de milho, com esta combinação encontraram a chave para gregos e troianos, ou vegans e carnívoros, estava absolutamente deliciosa.

Claro que eu não poderia ignorar a massa ao limone com um travo ácido que me agradou e os legumes à Napolitana, preparados al dente e com um molho de tomate preparado cuidadosamente para saber a Itália, manjericão e tomate, não há como falhar.

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Na hora da sobremesa foi fácil identificar quais poderia comer, a tipíca Tarte de maça e canela ou o Manjar de côco, ambas tinham vegan entre-parêntesis, é rara a oportunidade de comer uma sobremesa vegan diferente portanto venha lá o Manjar de côco!

Enquanto esperava dediquei-me a observar o espaço onde estava... Estilo muçulmano, fiel à construção da prisão do Castelo de S. Jorge, colorida com tecidos de pormenores arabescos. A tenda exterior onde me encontrava tinha uma vista agradável para um jardim de tons de verde, cinza e roxo, enquanto as tipícas casas de Lisboa nos brindam com o seu olhar.

Por cima de nós havia uma espécie de guarda-sol ao contrário, um polvo em tons de rosa e tentáculos em tecido a extenderem-se até os cantos da tenda, cobriam um lago interior (que não tinha água infelizmente) , mas o mais importante, a Mãe Natureza estava lá... Uma grande palmeira rompia o tecto de lona da tenda cumprimentando o lindo exterior.

Fui interrompida pela chegada da minha sobremesa, não havia como ignorar, a apresentação era linda e comecei a imaginar o sabor mesmo antes de provar.

Sabia ao que um Manjar de côco tradicinal sabe e tinha um coração de frutos silvestres salpicados de caramelo que me fizeram perder bastante tempo a saborear este pequeno tesouro...

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Conclusão, o espaço é bastante acolhedor, com gente simpática a cuidar de nós na hora de relaxarmos e aproveitarmos uma boa refeição e consegui isso por 13,90€ já com a sobremesa, caso tivesse escolhido o chá pagaria 11,90€ por esta agradável experiência...

E ao deixarem este Jardim olhem para o lado direito do outro lado da rua, vão poder apreciar um lindíssimo graffiti do que já parece ter sido uma livraria (não consigo imaginar isso mas as imagens valem por si!!!)

 
 
 
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